quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Inovar é arriscar

O paradigma da escassez preconiza a falta, o medo, o não arriscar, garantir a proteção, enquanto que o paradigma da abundância sugere arriscar, alimentar confiança e certeza. Observando as diferentes teorias que sustentam o momento de transformação do mundo e a evolução humana, percebi que novos paradigmas vêm surgindo.
O pensamento exponencial é construído com paciência, perseverança e esperança. É preciso enfrentar o desconhecido, lidar com o incontrolável e esperar que a curva exponencial supere a curva incremental do projeto ou do negócio que está sendo criado.
Pensamentos moldam o cérebro, e não podemos apagar caminhos antigos; somente criar caminhos novos. Por isso, ficar discutindo problemas, achando culpados, é total perda de tempo.

Inovação, aprendizado e criatividade

Colocar o foco no aprendizado dos testes, no pensamento crítico, na construção do que desejamos é o caminho da transformação. No futuro, teremos formas de interferir nas sinapses de nossos cérebros e ajudá-los a lidar melhor com o aprendizado e com os desafios da vida.
A neurociência nos ensina que o cérebro humano faz apenas uma coisa de cada vez, e que sob tensão, stress ou ameaça ele colapsa e não produz bem. Criar algo inédito ou novo sob pressão é impossível! Criatividade é um talento que todos nós dispomos em formatos diferentes.
Nos exercícios que liberam a criatividade, identificamos formas individuais de ativar a criação, que tipo de ambiente permite a criatividade, como ela se manifesta em cada um de nós e como usamos insights na prática. Insights abrem uma janela no cérebro e não há caminhos de volta.
A consciência amplia e não é possível retroceder. Michio Kaku já tem medidores de consciência, que, na minha opinião, é tirar o véu do que sempre esteve lá, mas os olhos da mente não viam. Quando estamos atolados de tarefas, angustiados com tantas coisas a fazer, nossa mente perde a capacidade criativa.
Robôs não são algo do futuro, eles já existem na versão humana. Olhando para o ambiente corporativo, lá estão os humanos, ligados no “piloto automático” do dia a dia, repetindo tarefas e reféns de uma rotina insana de operações falhas e processos nada inteligentes.
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Onde está o grupo de inovação de sua empresa? (Crédito: Shutterstock)
Este será o grupo de inovação de sua empresa? Ou serão os líderes, completamente afogados na operação do dia a dia? Até quando nossos líderes serão figuras meramente operacionais? Liderar de verdade passou a ser urgente!
Não temos mais tempo para estender assuntos como gestão do tempo, práticas de feedback, planos de carreira ou de desenvolvimento pessoal nada eficazes. Os líderes precisam tomar suas posições de verdade ou ceder a cadeira de liderança para alguém mais competente!
Observando os inovadores, há um comportamento interessante a ser observado: a maioria destas pessoas é movida pelo medo da extinção ou pela glória do protagonismo; pouquíssimas pelo dinheiro, que passa a ser uma recompensa pela coragem e pelo risco tomado.
As pessoas em geral se movimentam por amor, dinheiro ou glória. E aqui fica minha reflexão: se temos que mudar nosso modelo mental de escassez para abundância, como é possível que algumas pessoas inovem por sentirem medo de algo que acontecerá no futuro?
Porque somos humanos e temos em nós um forte mecanismo de sobrevivência. A partir do momento que eu acredito que posso estar ameaçado, começo a usar meu potencial extra para correr novos riscos. Ficar onde estou pode ser a morte prematura do meu ser.  
O medo é um fator decisivo que paralisa ou ele movimenta. Empresas Exponenciais, startups, lidam com pouco recurso e por isso tem altíssimos níveis de criatividade na mesa dos projetos.
A disrupção vem da capacidade de pensar o improvável, de praticar constantemente o “ E se…”, de criar hipóteses, fazer ao contrário, considerar o absurdo, sugerir o que parece uma maluquice para as pessoas “normais”.

Inovar é arriscar

Como podemos lidar com nossa complexidade interior? Primeiro, sabendo que os motivos pelos quais você decidirá mudar ou inovar são pessoais, porém comuns: ou você deseja sobreviver, ou deseja ser importante, ou espera algum retorno financeiro em cima do esforço que faz.
Muitas vezes os 3 juntos, que é uma excelente combinação para mover montanhas. Não há certo ou errado, há um desafio: o medo paralisa que tem personalidade frágil e empodera quem se construiu bem como ser humano.
Autoconfiança aumenta quando reconhecemos talentos e fraquezas, ao sabermos que somos relevantes e insignificantes ao mesmo tempo, e quando nos aceitamos como imperfeitos. Medo de errar é uma forma de arrogância!
A teoria das 10 mil horas de prática para ser bom em algo já caiu por terra. Hoje fazemos o mesmo em 20 horas, com método. Pessoas bem formadas daqui para frente não precisam de inúmeros diplomas, precisam de habilidades comportamentais ligadas a um estado de ser consistente.
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Para Carl Rogers, o ser humano construído é o não tem medo de arriscar (Crédito: Better Blokes)
Um ser humano construído é aquele que está em pleno funcionamento em todas as áreas da vida, diz Carl Rogers, que usa seu potencial para transformar as coisas à sua volta, não tem medo de arriscar, de abrir mão de algumas coisas em troca das conquistas que lhe darão acima de tudo paz de espírito e sensação de missão cumprida.
Converse com seus medos e faça com que eles movam você para frente! Só faz história quem arrisca, paga o preço da mudança e acredita que é capaz de construir algo memorável.
Fonte: Por Jaqueline Weigel, Mentora de Inovação Disruptiva e Liderança Exponencial para o site  Futuro Exponencial

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