quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

PropTech 3.0 – A revolução do mercado imobiliário.

Proptech é um setor de atividade formado por startups que estão trazendo inovação tecnológica para o mercado imobiliário. Trata-se de um termo relativamente novo e você já deve conhecer quase todos os irmãos da família: FashTech (Fashion), MarTech (Marketing), MedTech (Medical), FinTech (Finance), AdTech (Advertising), e PropTech (Property).
Basicamente, PropTech é formado pela união de vários conceitos que estão transformando o mundo dos negócios incluindo análise e mineração de dados, blockchain, realidade aumentada, economia compartilhada, drones, smart buildings, smart grids, inteligência artificial entre outros.
Apesar de ser recente, nós já estamos vivendo a era Proptech 3.0. Incrível não? Vamos te contar em detalhes as duas versões anteriores, para que você possa entender e acompanhar a evolução da inovação voltada para o mercado imobiliário.

PropTech 1.0

Property Technology 1.0 refere-se aos primeiros programas de computador de cadastro de propriedades, com opções limitadas de análise e processamento de informação e funcionando apenas na máquina local do cliente, sem nenhuma comunicação com o mundo externo. Por incrível que pareça, muitos produtos 1.0 ainda estão em funcionamento no mercado.

PropTech 2.0 – Revolução da Internet

Acompanhando o avanço da Internet, nesse período já começou a surgir serviços mais informatizados e mais conectados a web, tornando imóveis disponíveis a qualquer momento e acessíveis de qualquer parte do mundo. Parte importante dessa era foi a sincronização de bancos de dados e a utilização de serviços de armazenamento e processamento de dados na nuvem (cloud).

PropTech 3.0

A era 3.0 inicia-se basicamente com a adoção do dispositivo móvel como principal meio de comunicação das pessoas. Após o lançamento do Iphone e de outros smartphones, o mundo se tornou mobile e muitos serviços tiveram que se adaptar, e o mercado imobiliário sofreu e ainda sofre bastante com essa evolução.
Portanto, podemos dizer que a era PropTech 1.0 trouxe a informatização dos processos, no PropTech 2.0 foi a facilidade de comunicação e universalização da comunicação e a era PropTech 3.0 é o usuário no centro de tudo, atuando diretamente no desenvolvimento dos produtos.
A PropTech 3.0 veio para revolucionar como o usuário encontra imóveis, o meio como as transações são feitas, a interação sem intermediários entre inquilino e proprietário, a economia compartilhada de bens, e claro, como as decisões dos entes participantes do mercado serão afetada pela imensa quantidade de dados produzidas diariamente.
As startups ProTech 3.0 podem ser classificadas e atuar em até 9 categorias, sendo:
  • Portais de anúncios: portais verticais de anúncios imobiliários e marketplaces. Ex: VivaReal, Zap, Mitula, Trovit, UbiPlaces
  • Peer to Peer: relacionado à economia compartilhada e serviços de ligação direta entre entes. Ex: Airbnb
  • Big Data: ferramentas de avaliação automática de imóveis, análise de dados do setor, etc.
  • Realidade Virtual: aplicativos que oferecem visita virtual ao imóvel, geolocalização, realidade aumentada.
  • Investimento Imobiliário: aplicativos que permitem pessoas físicas comprarem pequenas participações de imóveis (investimento coletivo).
  • Domótica: serviços de “robotização” das propriedades, sensores, casas inteligentes, smart grids.
  • Financiamento e Transações: novos meios automatizados de financiamento, smart contracts, blockchain.
  • Marketing Imobiliário: estratégias inovadoras de marketing, incluindo marketing out-of-home, totens, mobiliários urbanos, etc.
  • Gestão Imobiliária: dados e serviços na nuvem de forma integrada.

Conclusão

Quem tiver interesse em obter mais conhecimento sobre a evolução das proptechs, sugerimos esse belo artigo (em inglês) produzido pela Universidade de Oxford, titulado: “PropTech 3.0: the future of real estate “.
O mundo imobiliário ainda vai experimentar uma revolução assim como outros mercados estão enfrentando. É questão de tempo. A revolução técnico-científica que estamos vivendo está transformando completamente o mundo dos negócios e o setor imobiliário precisa estar preparado para tal transformação. E você corretor e/ou imobiliárias, estão preparados?
Fonte: UbiPlaces

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Cresce o número de startups com soluções voltadas ao varejo.

Estudo do Oasislab mostra 194 startups com soluções para varejo em operação no Brasil.


Um bom ponto comercial na rua ou no shopping, por si só, não é mais garantia de excelente resultado de venda. Além de uma mercadoria de qualidade, colaboradores bem treinados, preços atrativos e facilidades na negociação do pagamento, o consumidor busca algo a mais. É pensando nisso e na possibilidade de oportunizar a compra sem sair de casa, pesquisar fora de horário ou até mesmo adquirir numa determinada loja e retirar o produto noutra que centenas de startups brasileiras tem se dedicado a pensar melhorias tecnológicas para o varejo.


A inovação que antes parecia coisa de ficção científica ganhou a palma da mão. Nos últimos 10 meses, segundo uma pesquisa desenvolvida pelo Oasislab (primeiro centro de inovação especializado em varejo do Brasil), em conjunto com a Neomode e Startse, o número de startups nacionais focadas em tecnologias voltadas para melhorar a forma de relacionamento com o consumidor subiu de 115 para 194.


É o que mostra o estudo “Loja 4.0: Panorama das startups brasileiras do varejo – 2ª edição 2018”, recém lançado em São Paulo para mais de 200 empresários e profissionais das áreas de varejo e tecnologia de todo o país.


Segundo a especialista em varejo e responsável pelo laboratório de startups do OasisLab, Fabíola Paes, a integração entre os pontos de venda on-line e off-line possibilita a criação de novos mercados para as empresas e isso significa alternativas extras para quem está interessado em crescer, mesmo em meio à crise.


“A adição de 85 novas startups ao estudo mostra o aumento da tecnologia e novas macrotendências de inovação como logística, sustentabilidade e e-commerce, que traz muitas facilidades para o cliente e o varejista. Mais do que retratar profundas transformações na forma de comercialização de produtos no país, a pesquisa revela que embora a loja física ainda seja referência para o varejo, a cada dia aumenta a necessidade de interação com tecnologias digitais mais acessíveis e amigáveis para o consumidor, tais como smartphones, tablets, relógios conectados e óculos de realidade virtual”, conta a especialista.


A busca por um cliente satisfeito tanto com o produto, quanto com a experiência de compra, fez surgir um novo mercado. É aí que entram as startups que aparecem no estudo. “Elas oferecem uma nova forma de se relacionar e de fazer negócios”, resume Fabíola.


Soluções e inovações


Para desenvolver o estudo a equipe do OasisLab contou com o banco de dados da primeira pesquisa feita em 2017, além de acessar dados da Startse – empresa de tecnologia para informar, educar e conectar as pessoas, da Associação Brasileira de Startups,  o Ranking 100 Open Startup e do Laboratório de Varejo da Universidade Positivo. O objetivo foi apontar as novas empresas de tecnologia brasileiras que tem como força motriz a inovação e como elas estão dispostas a resolver “as dores do lojista”, que englobam todos os detalhes do processo de compra e entrega; situações que vão desde dificuldades de gerenciamento de estoque, atrasos de entrega, questões de relacionamento com o cliente, entre outros.


Assim, as startups foram dispostas num grande círculo que remete à figura de uma mandala, organizada em nove eixos que sintetizam soluções e inovações nas áreas de realidade virtual, inteligência artificial, e-commerce, engajamento do consumidor, internet das coisas, logística, operação, pagamentos e sustentabilidade.


“Reunir os fornecedores de tecnologia de forma tão didática para quem precisa da informação especializada, no caso o varejista, é algo sensacional. Sem falar na riqueza que é ver o Brasil produzindo soluções que também estão sendo colocadas em prática no comércio da Europa e da América do Norte”, explica um dos principais apoiadores do projeto e fundador do OasisLab, Hélio Biagi. Em janeiro, ele esteve na NRF Retail’s Big Show, nos Estados Unidos, e acompanhou o impacto que a tecnologia ofertada pelas startups traz ao comércio do mundo todo. “Temos uma nova realidade de mercado e de varejo e não podemos mais pensar isso tudo sem as startups”, completa.


Para visualizar o quadro com a mandala, seus nove eixos e os desenvolvedores de tecnologia basta acesse aqui.


Fonte: ProXXima

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Venda de imóveis cresceu 9,4% no ano passado, mostra pesquisa.

O volume de imóveis vendidos no país cresceu 9,4% no ano passado, na comparação com 2016, segundo levantamento da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e do Senai Nacional. Foram vendidas 94.221 unidades em 2017, contra 86.140 unidades de 2016. Os dados foram apresentados hoje (26) na capital paulista.
Segundo o estudo, que levou em conta 23 regiões brasileiras, o número de lançamentos de imóveis aumentou 5,2% em 2017, na comparação com 2016. As vendas superaram os lançamentos em 11.878 unidades, o que corresponde a 12,6% do total das unidades comercializadas. Com a elevação das vendas, houve redução de 12,3% na oferta de imóveis.

Regiões
Na comparação por regiões brasileiras, a Região Nordeste teve o melhor desempenho, com alta de 26% nas unidades vendidas. Em seguida, está o Centro-Oeste, com 22,7% de elevação e o Sudeste com 7% de alta. O Norte apresentou queda de 30,9% de imóveis comercializados e redução de 4,5% no Sul.
Por tipologia, os imóveis com dois dormitórios predominam, representando 55,7% do total. Em seguida, estão as unidades com três dormitórios (27,7%), quatro dormitórios ou mais (5,8%) e um quarto (10,9%).
Para Celso Luiz Petrucci, presidente da Comissão da Indústria Imobiliária da CBIC, a tendência para o mercado imobiliário é que os índices continuem positivos. “A expectativa dos empresários é de crescimento. Temos fatores econômicos e cenário que permitem ver que a economia deste ano será melhor que a do ano passado: desemprego negativo, expectativa de crescimento de emprego formal, taxa Selic com expectativa de cair mais, inflação projetada dentro da meta, previsão de crescimento do Produto Interno Bruto [PIB]”, disse.

Projeção
A expectativa para o fechamento no ano de 2018 é de alta de 10% tanto em lançamentos de imóveis, quanto em vendas. José Carlos Martins, presidente da CBIC, disse que o período de enfraquecimento da economia afetou, especialmente, a venda os imóveis prontos. “Nos anos de recessão, não se vende imóvel, o consumidor deixa para comprar futuramente. Protelam a compra, a melhoria do imóvel, a reforma."

Gestão de Clientes: 5 erros comuns que sua empresa deve evitar.

As empresas, numa média geral, deixam muito a desejar quanto aos relacionamentos de pré-venda e de pós-venda na opinião de seus clientes. Por isso é fundamental que o seu negócio ou sua gestão dedique mais esforços para adquirir confiança e vínculo com seus clientes. Com a disputa acirrada de mercado na maioria dos segmentos, não se deve vacilar nesse ponto. Ao contrário: é nesse ponto que se deve buscar a vantagem competitiva.
A boa notícia é que existem boas soluções para esses problemas de pré- e pós-vendas. Listamos abaixo 5 erros comuns da gestão de clientes, que podem ser reconhecidos e evitados. Confira!
1. Não pesquisar o novo cliente 
Ao ter o primeiro contato com um novo cliente empresa ou mesmo um novo consumidor em uma loja, poucos vendedores procuram conhecê-lo melhor e traçar um perfil. É imprescindível coletar dados e informações na medida certa e de forma relevante para o momento. A Visão Única de Clientes tem papel fundamental na definição de quais dados são relevantes e necessários coletar em cada interação com o cliente. No geral, em muitos negócios inicialmente faz sentido coletar dados cadastrais básicos e pelo menos dois meios de contato como, por exemplo, e-mail e telefone. Ao longo do ciclo de relacionamento sua empresa terá diversas oportunidades para coletar mais dados.
Informações valiosas como suas necessidades, preferências, desejos e hábitos, não podem ser deixadas de lado. Para cada negócio é possível planejar quais informações devemos buscar no primeiro contato e quais devem vir em seguida. Nunca tente bombardear o seu novo cliente com perguntas, formulários e cadastros.  Faça um trabalho com sua equipe de marketing e vendas para identificar quais são realmente os dados críticos necessários para iniciar o desenvolvimento de uma venda. 
2. Não dar a atenção devida no pós-venda
É raro que as empresas procurem seus clientes para saber se estão ou não satisfeitos com o produto ou o serviço ofertado. Mais difícil ainda é encontrar empresas que pesquisem seus clientes e depois deem algum tipo de retorno sobre as opiniões ou reclamações ouvidas. Muitas simplesmente não se importam com a satisfação dos compradores. É aconselhável separar um tempo, especialmente para se dedicar a seus clientes, com o intuito de obter um feedback, por exemploda experiência que tiveram com sua empresa e se recomendariam seus produtos e serviços para amigos e colegas. Há muitos softwares gratuitos disponíveis que podem facilitar esse processo. Mas lembre-se: o mais importante é analisar as opiniões recebidas e agir rapidamente para implantar as melhorias necessárias.
3. Não utilizar sistemas de Vendas, Marketing ou Atendimento
Existem diversos sistemas para gerenciar clientes. Talvez existam opções demais e os gestores não saibam bem o que usar ou por onde começar. Esses programas facilitam a manipulação dos dados relevantes dos clientes nas diversas etapas do relacionamento: permitem centralizar informações, diferenciar cliente numa segmentação, suportam a elaboração e o envio de campanhas e auxiliam, com bastante eficiência, o processo de vendas e depois o atendimento e os serviços. A correta implantação de um sistema de CRM irá ajudá-lo em todas as etapas do relacionamento.
4. Não ter o senso de urgência do cliente
Este é um dos erros mais conhecidos e mais cometidos pelas empresas, e que pode mais facilmente ser evitado. Independente das formas de contato – email, telefone ou qualquer outro canal de interação – é fundamental entender as razões e o senso de urgência do cliente. Se a interação é totalmente padronizada, como consultar um saldo ou saber o prazo de entrega de um pedido, é obrigatório automatizar e facilitar ao máximo a obtenção da informação, pois o cliente entende que aquela é uma interação rotineira, que a empresa não pode complicar.
Se uma interação é simples, mas a cliente dá muita importância a ela, já há um nível inerente de estresse. Por exemplo, para discutir uma cobrança indevida ou renegociar uma renovação de um serviço, ela vai ser particularmente exigente com todos os detalhes e preocupada em resolver rapidamente a questão. Seria arriscado (além de desagradável para a cliente) demorar muito para dar uma resposta. A demora pode ser decisiva para ela desistir da próxima compra.
Logo, dar ênfase nesses casos é fundamental para manter o cliente fiel à marca.
5. Não resolver o problema do cliente
Quando um cliente retoma contato com a empresa com a qual fez uma compra porque precisa solucionar um problema, (na maioria das vezes de simples resolução) e não tem o atendimento esperado, há um sentimento de frustração muito grande. É simplesmente uma questão de uma expectativa não realizada. Os setores de trocas, garantias e assistência são os que mais sofrem esse choque nas empresas. Seus processos e os processos que originalmente geraram os problemas precisam ser melhorados para evitar a perda do cliente.
Se uma interação é sobre um problema complexo e não padronizado, mas o cliente entende que aquilo deveria ser muito simples (pense em seu carro parado há dias porque uma peça ‘X’ está em falta na concessionária), o seu processo de atendimento deve estar preparado para dar um grau de autonomia para as pessoas da linha de frente, para não iniciarem um ‘queda de braço’ com o cliente. Nesse caso, a empresa pode pedir um tempo para coletar as aprovações necessárias (exemplo: trazer a peça em regime de urgência via SEDEX de outra concessionária), mas sempre dando prazos realistas e garantindo ao cliente atualizações sobre a solução. Com as expectativas corretamente definidas, a chance de frustração é menor. Mas pense também que, antes de tudo, a peça do nosso exemplo não deveria ter faltado. Buscar a causa raiz do problema é fundamental. Mas nunca, nem de brincadeira, admita a hipótese de não resolver o problema do cliente!
Com as dicas listadas acima esperamos que vocês, gestores e empreendedores, possam solucionar esses erros comuns, que parecem simples aos olhos do cliente. Por vezes, devido à rotina sobrecarregada, a busca de melhoria contínua fica relegada ao segundo plano. A gestão de clientes é importantíssima para manter a disciplina de buscar todo o tempo manter ágeis e eficientes os processos de vendas e pós-vendas, para construir uma relação de longo prazo com seus clientes – sejam empresas ou consumidores.
Fonte: PRG Brasil

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Afinal, o que será da loja a partir de agora?

Até a Amazon está indo para o mundo físico. Olhar para a Amazon Books e Amazon Go faz todo mundo repensar, até porque projetos que pareciam totalmente antagônicos hoje são reais e parecem triunfar.


Enfim os varejistas podem realmente se animar. Com a expectativa de retomada da economia confirmada em 2017 e a queda dos juros e do desemprego no início de 2018, tudo leva a crer que o ritmo de crescimento se manterá.

Mas não se engane! Paralela a um mercado nacional que recuou cerca de 10% em 2015  e 2016, uma revolução acontecia no mundo do varejo. Marcas que diziam ser nativamente “.com” planejavam ter  lojas físicas e neste ano elas finalmente saíram no papel. O que isso tem a ver com o seu negócio? Tudo!  Esses estabelecimentos já são nativamente “digitais” e precisam nos inspirar a executar pontos de vendas mais integrados, que não nos permitam enxergar o limite entre os mundos on e offline.

Depois de estar na NRF Big Show no início do ano, pensei em 5 pontos altos que devem ser levados em consideração por qualquer varejo, não mais do futuro, mas do presente, do real. Pois é! Não se tem mais tempo para pensar no que “será da loja”, mas sim, no que ela já se tornou.

  1. Minimize atrito e torne a experiência do cliente ainda melhor

  2. Eu não posso continuar buscando tecnologias que me ajudem na gestão dos problemas, eu preciso acabar com eles. Você prefere gastar implantando um gerenciador de filas ou um self checkout que evite que elas surjam? Deixar o cliente mais independente, sem perder a interação e a experiência, são os reais desafios.

  3. Omni Canal não é mais uma escolha

  4. Posso comprar no e-commerce e retirar na loja, ou comprar na loja e receber em casa, ou até comprar numa marca e buscar em outra. Quanto mais conveniente eu for, mais atrativo eu serei. O cliente escolhe e é a gente que tem que dar um jeito pra executar. A Zara Londres, por exemplo, criou um espaço temporário enquanto a loja oficial de 4500 metros quadrados está em reforma para se tornar um case de varejo tecnológico. O local terá por volta de 200 metros quadrados e contará com um mínimo inventário apenas para experimentação. As compras são finalizadas pela internet, assim como um checkout de e-commerce – algo muito parecido com o que já é feito pela Amaro.com no Brasil, mas claro que numa proporção bem maior. O que vale aqui não é a grandeza da Zara ou os grandes investimentos que estão sendo feitos para as novas lojas, mas sim como a marca está se reinventando para se tornar ainda mais atrativa ao consumidor e  o principal – não perder receita  no meio dessa transição.
  5.  
  1. Entregue diferenciação

  2. Não é preciso pensar em planos mirabolantes ou tecnologias ultra caras para surpreender o cliente – fazer do seu ambiente de venda um local em que o consumidor se sinta bem, já é um bom começo. Claro que plataformas estão disponíveis no mercado para ajudar – imagine reconhecer o cliente antes mesmo dele ir ao PDV? Pois é, isso já é possível. E o mais valioso neste caso é pode medir eficiência além do faturamento, ou seja, quantos clientes foram à loja e não compraram? O quanto estou deixando de vender? Qual é de fato problema – atendimento, ruptura, escala? Caso eu faça uso de plataformas como essa ainda é possível informar ao vendedor que o cliente “x” está na loja e dar informações relevantes sobre a sua última compra ou o seu perfil.  Até mesmo enviar ao próprio consumidor uma mensagem de desconto ou mimo que será feito “especialmente” para ele já que estamos na era da customização.
  3.  
  1. Inove modelos

  2. Como comentei no início do texto, até a Amazon está indo para o mundo físico. Olhar para a Amazon Books e Amazon Go faz todo mundo repensar, até porque projetos que pareciam totalmente antagônicos hoje são reais e parecem triunfar. Se antes as pessoas procuravam por produtos, agora são os produtos que procuram pelas pessoas – basta olhar como o modelo de publicidade mudou e, consequentemente, como atingir o consumidor parece ter ficado mais fácil e barato, mas não menos complicado, afinal, as opções são infinitas e logo, a concorrência também. Outro exemplo é a Minute Clinic, uma iniciativa da CVS, um dos maiores grupos de farmácia do mundo, que agora possui espaços de atendimento clínico dentro das suas próprias lojas. Os mais diversos serviços são oferecidos, inclusive exames e vacinas a um preço bastante competitivo e acessível à população. Bem complementar, certo? Sair da consulta e já ter um local para comprar tudo o que eu preciso garante conveniência para um lado e incremento de receita para o outro. Vale dizer que no sistema farmacêutico brasileiro já está em aprovação a aplicação de vacinas nas próprias farmácias. Repare, esse pode ser um começo por aqui.
  3.  
  1. O sucesso não está nos dados, mas na decisão que se toma através deles

  2. Veja o Waze. Ele não só mostra quais ruas estão mais movimentadas ou onde há ocorrências, ele simplesmente diz: “vá por aqui”, “vire ali”… ou seja, mesmo que você tenha informação, faça alguma coisa com ela! Tome decisões, arrisque, tente. É como eu disse anteriormente: a tecnologia está disponível e “deve” ser usada, mas não desperdice tempo apenas analisando – aja, faça, experimente.

  3. E para todos os pontos citados acima: seja rápido, erre rápido, aprenda mais rápido ainda. E finalmente, perca o medo!

  4. Fonte: por Flavia Pini, COO na FX Retail Analytics para ProXXima

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Notícia - A nova gestão quer um Grupo Pão de Açúcar digital

Pergunte a executivos dos mais diversos setores qual é o principal objetivo para suas empresas nos próximos anos e a maioria responderá, sem pestanejar, algo como “promover uma transformação digital”. O mais novo presidente do Grupo Pão de Açúcar (GPA) se juntou ao coro nesta terça-feira. Peter Paul Estermann, que teve seu nome anunciado na noite de segunda-feira, e participou hoje de uma teleconferência, utilizou as palavras “melhorar rentabilidade” e “transformação digital” mais de uma vez quando questionado sobre sua missão à frente do GPA, dono das marcas Pão de Açúcar, Extra, Assaí, Ponto Frio e Casas Bahia. Ele assume oficialmente no dia 27 de abril.
A diferença entre Estermann e tantos outros executivos que falam em “transformação digital”, no entanto, está no currículo. Ex-diretor de operações do GPA, ele é o atual presidente da Via Varejo, rede de móveis e eletrodomésticos do grupo. Em pouco mais de dois anos, ele promoveu uma revolução que fez as ações da companhia valorizarem mais de 300%. Unindo as operações online e offline e promovendo a famosa “transformação digital” das marcas Casas Bahia e Ponto Frio, o executivo fez o valor de mercado do grupo passar de míseros 2,58 bilhões de reais para 11 bilhões de reais, segundo dados da consultoria Economática.
O GPA, por sua vez, segue com pouco mais de metade do valor de mercado que tinha quando o ex-controlador Abilio Diniz anunciou sua saída definitiva, em 2013. Neste período, a empresa foi pressionada pela crise e pelo vigoroso crescimento do francês Carrefour em nichos de mercado importantes como atacarejo e lojas de vizinhança.
A missão de Estermann de colocar o GPA em um novo patamar digital vem em um momento em que as maiores varejistas do mundo avançam na área. A gigante Amazon comprou no ano passado a rede de alimentos Whole Foods e iniciou nesta semana a entrega de produtos da rede para os clientes Amazon Prime em apenas uma hora. Em janeiro, a empresa também inaugurou seu primeiro supermercado sem caixas e filas. O Walmart adquiriu no ano passado a empresa de e-commerce Jet.com para aumentar sua presença no varejo online. Há também reportagens que afirmam que a empresa está em conversas para adquirir uma fatia na indiana de e-commerce Flipkart.
A corrida para dominar o delivery de produtos de supermercado pode envolver também uma série de soluções criativas, como o drive-thru (usado pelo Walmart nos Estados Unidos), um exército de compradores que escolhem a mão itens como frutas e verduras (usado por startups como a Rappi) e até a entrega dentro da casa do cliente, com organização de geladeira e tudo mais (testado como piloto por empresas como a Amazon). Tudo isso demanda uma integração de estoque, vendas e distribuição tão complexa que ninguém conseguiu fazer em larga escala. O GPA quer correr essa corrida.
“Estermann tem um sólido histórico na Via Varejo, onde ele conseguiu estabilizar as operações, realizou uma integração bem sucedida da parte online e offline, ajustou a base de custo e colocou a empresa de volta em uma trajetória de crescimento. A história do GPA tem algumas semelhanças”, afirmam analistas do banco UBS em relatório.
Na Via Varejo, Estermann fez a integração de centros de distribuição, estoques e preços dos produtos e os resultados apareceram rapidamente. Concluído no início de 2017, o processo gerou uma economia de 70 milhões de dólares (cerca de 227,5 milhões de reais) no ano passado. Em 2018, esse valor deve subir para 85 milhões de dólares (276,2 milhões de reais), segundo estimativas do GPA. Na última linha do balanço, o lucro da Via Varejo foi de 195 milhões de reais no ano passado, ante um prejuízo de 1 bilhão de reais no ano anterior. As vendas nas lojas físicas abertas há mais de 12 meses cresceram 11,6%, no online o crescimento foi de 11,4%.
Apesar do otimismo de analistas com a nova gestão, as ações do GPA caíam 3,6% na tarde desta terça-feira. A queda acontece também após a divulgação dos resultados do quarto trimestre, que foram fortemente pressionados pela deflação alimentar, eventos extraordinários (como o incêndio de um de seus centros de distribuição) e o investimento em novas lojas. “Todos os efeitos são de natureza temporária, mas pressionaram custos além de nossas expectativas”, afirmam analistas do UBS em relatório. Aqui entra o outro desafio do novo presidente: melhorar a rentabilidade para ficar menos exposto a imprevistos como esses.
Junto com Estermann, uma série de mudanças no alto escalão foi anunciada. Entre elas, uma que pegou o mercado de surpresa: a saída de Luis Moreno Sanchez, vice-presidente de Multivarejo no GPA. “Acreditamos que os investidores podem ver a saída do Sr. Moreno do GPA negativamente, devido ao seu papel-chave em pilotar iniciativas estratégicas, como a renovação de hipermercados e o programa de fidelidade”, dizem analistas do banco Goldman Sachs em relatório.
Para analistas do UBS, o fato de Sanchez continuar ligado à companhia como consultor, focado em projetos digitais, marcas próprias e programas de fidelidade, pode ser importante para a nova gestão. “Em nossa opinião, o GPA está à frente de seus concorrentes em sua estratégia de digitalização e marcas próprias e em seu novo papel, o Sr. Moreno poderia fornecer mais foco para avançar nessa agenda”, afirmam.
No comando da Via Varejo ficará Flávio Dias, executivo com extenso currículo na área digital e que sempre cuidou da parte online da empresa. Dias precisará manter o bom desempenho de uma empresa que, finalmente, entendeu que o varejo de móveis e eletrônicos só funciona se integrar o mundo físico e o digital. Questionados por um analista na teleconferência do GPA se a Via Varejo continua à venda, os controladores responderam que o “processo de venda da Via Varejo continua em andamento”. Após a passagem de Estermann, o preço aumentou um bocado. Agora, à frente do GPA, o executivo tem um desafio ainda maior pela frente.
Fonte: Exame

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

5 tendências para surpreender a experiência do cliente.

Elas são primordiais para que o atendimento ao cliente seja cada vez mais personalizado e eficaz.


Em todo início de ano, sempre surgem as mesmas perguntas – quer seja de clientes, times de produto, profissionais de marketing e equipes de vendas.  Qual será a próxima grande tendência em experiência do cliente? Para que devemos estar preparados? 
A LogMeIn aponta cinco tendências primordiais para que o atendimento ao cliente seja cada vez mais personalizado e eficaz.
  1. O atendimento ao cliente atual vai desaparecer
Já há algum tempo, as marcas sabem que precisam pensar na experiência do cliente e não no simples ato do atendimento. Em 2018 as pessoas começam a ver os efeitos sobre as empresas que não agiram nessa direção. A Amazon tem gerado modificações em vários setores por meio de um foco intenso em modelos de negócios disruptivos e crescimento sustentado.  No entanto, o foco na experiência e na fidelização de clientes – assim como faz o modelo da Apple – pode ser um caminho melhor para alcançar a rentabilidade a longo prazo. As empresas têm a chance de colocar os clientes acima de tudo e se diferenciarem por meio de relacionamentos melhores e mais personalizados.  Não basta apenas atender, é preciso entender o que o cliente espera da empresa. Dessa forma, os negócios podem gerar mais valor para os clientes e desenvolver relacionamentos mais duradouros. 
  1. Experiência omnicanal: haverá mais canais de engajamento
Muito se fala no mercado sobre a morte dos call centers ou o surgimento de canais que vão acabar com o e-mail, mas a eliminação deles está longe de acontecer, se é que vai acontecer algum dia. Quando se pensa em canais que foram verdadeiramente eliminados, é possível citar as máquinas de fax, mas quem já trabalhou com um advogado ou companhia de seguros dirá que não é bem assim.  São os consumidores que escolhem os canais de comunicação, de acordo com a própria conveniência, mas o nível de engajamento geral está crescendo.  Depois que grandes marcas como Apple e Google aprimoraram a experiência do cliente ao anunciar novos canais de mensagens em 2017, podemos esperar que outros mais serão lançados ao longo de 2018.
  1. Adoção rápida de tecnologias de Inteligência Artificial
Ainda que as tecnologias de Inteligência Artificial tenham feito um grande estardalhaço nos últimos anos, ainda há muito questionamento em relação à sua adoção. Qual será a dificuldade para implementar essas tecnologias?  Os benefícios são reais?  Quanto tempo será preciso esperar para notar algum valor extra?  Em 2018, mais casos de uso bem sucedidos surgirão, e mais programas demonstrarão o ROI. O caminho para o sucesso ficará pavimentado com mais clareza, e crescerá a confiança para investir nessas tecnologias. As vantagens de quem adotou primeiro a IA começarão a desaparecer, então as empresas também se sentirão pressionadas a caminhar para uma adoção mais ampla.  Além disso, as tecnologias também darão um novo passo em termos de maturidade.  Será possível ver a migração para automação proativa, o que ajudará a transformar os atendimentos em oportunidades de vendas e a manter integrações mais aprofundadas nos contact centers.  
  1. A Inteligência Artificial não substituirá humanos
Há muita discussão em torno da ideia de que a IA vai eliminar a necessidade de agentes humanos.  A história mostra que a automação pode transformar o mercado de trabalho, mas a IA deve ser olhada de forma diferente.  A automação não irá contra o relacionamento.  Haverá sempre a necessidade de interação humana – o que acontecerá é que os papéis desses agentes poderão mudar.  As empresas que tiverem implementado soluções de IA perceberão rapidamente que, apesar de a IA poder ajudar a simplificar os processos de trabalho e melhorar a vida dos agentes sobrecarregados, os casos mais bem sucedidos serão aqueles que adotarem uma abordagem híbrida. As tecnologias de IA conferem poder tanto aos clientes quanto aos agentes. Os clientes serão capazes de usar o autoatendimento quando desejarem enquanto os agentes poderão usar as informações fornecidas pela IA para oferecer uma experiência mais personalizada.
  1. Tecnologias de realidade virtual e aumentada poderiam ir além da publicidade
As tecnologias se popularizarão mais e mais, e os casos de uso serão cada vez mais interessantes, mas o impacto na experiência do cliente ainda precisa ser demonstrado.  Para serem verdadeiramente valiosas, as implementações de realidade virtual ou aumentada precisam ser vistas como mais um canal totalmente funcional.  Uma implementação deste tipo não pode ser uma experiência isolada e desconectada – por exemplo, será como ter um espaço com mais novos recursos, mas onde não será possível fazer perguntas a um agente ou realizar uma compra dentro de uma mesma experiência.  Ainda que a tecnologia seja muito interessante, se não estiver perfeitamente integrada à experiência do cliente, será mais um modismo do que um investimento que pode ser valioso para os clientes e gerar mais receita para as empresas.

Fonte: CIO 

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Estratégia digital exige planejamento para não se tornar obsoleta.

Sem estratégia é muito difícil garantir que os investimentos não sejam perdidos.


Seja para aumentar a participação de mercado, atingir um novo público ou simplificar os processos, a tecnologia é – e deve ser – uma aliada das empresas. Conforme estimativa realizada pela Gartner, os investimentos nesse setor devem crescer 4,5% em 2018, atingindo um total de US$ 3,7 trilhões. Ou seja, a tendência é que as organizações apostem mais em soluções para chegar aos objetivos almejados. Porém, o que acontece quando a verba é usada sem planejamento, ou com preparação demais, e a estratégia digital torna-se obsoleta?
Antes de mais nada, para evitar que esse tipo de situação seja uma realidade, é preciso que os desafios e objetivos sejam muito bem mapeados e discutidos, buscando empresas que consigam perceber quais devem ser os passos seguidos para o início de uma nova iniciativa digital.
De qualquer forma, caso a tecnologia já tenha sido adquirida, a companhia precisará buscar ajuda de empresas especializadas na transformação do negócio e a adaptação ao mundo digital que não entreguem modelos prontos, mas que sejam capazes de traçar uma boa estratégia ao redor das soluções que a corporação já possui, com um investimento mais preciso.
Para isso, alguns questionamentos devem ser adotados com o intuito sobre o entendimento se o que está sendo proposto vai ao encontro da necessidade dos usuários, fazendo um trabalho minucioso para entregar aquilo que o cliente realmente precisa para conseguir escalar a solução.
Além disso, para que o investimento em tecnologia, visando a transformação do negócio, seja efetivo, é essencial mitigar as fronteiras que existem entre as áreas. O avanço corporativo não permite mais que ocorram discussões entre visões dissonantes a respeito dos projetos ou softwares que devem ser implementados. A realidade atual do mercado demanda qualidade, agilidade, competitividade e valor.
Ou seja, o momento é de integração. As áreas devem ter uma boa comunicação entre si e realmente trabalharem como um único time para conseguir entregar valor para seus clientes e acionistas por meio de um pensamento unificado sobre os resultados que devem ser alcançados e a entrega, tanto para os que estão do lado de dentro como de fora da companhia.
Portanto, é essencial contar com uma boa consultoria, especializada na transformação do negócio, capaz de atuar de ponta a ponta em uma estratégia digital, para a atuação em um mundo que se despede do analógico em velocidade audaciosa. Dessa forma, mesmo que a tecnologia tenha se tornado defasada, com um bom planejamento, a mesma poderá servir como base – ou complemento – para garantir evolução e resultado.

Fonte: Rafael Cichini, Chief Digital Officer da Verity Group para CIO

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Uso de Big Data é crucial para a evolução das cidades inteligentes.

A tecnologia pode transformar grandes centros urbanos auxiliando na tomada de decisões e na criação de soluções que melhoram o dia a dia dos cidadãos.

Até 2022, o mercado de big data na América Latina deve atingir US$ 7,41 bilhões, segundo perspectivas da consultoria Frost & Sullivan, sendo o Brasil o país mais evoluído. Além das empresas estarem cada vez mais familiarizadas com os conceitos e benefícios da adoção da solução, a consultoria avalia que modelos de negócios como Internet das Coisas (IoT) e cloud computing estão transformando as companhias e criando formas de coletar e melhorar os processos de armazenamento de dados. A tecnologia permite, por meio de softwares, analisar e interpretar um grande volume de informações coletadas, identificando comportamentos de consumo e tendências.
Com o aumento do número de pessoas conectadas e o avanço das possibilidades de análise de dados, o big data passou, também, a ser usado em pesquisas de campo sobre o comportamento dos cidadãos. “No que se refere à locomoção, por exemplo, esse sensoriamento permite gerar uma matriz de origem e destino para entender os problemas de congestionamento e lotação do serviço do transporte público”, explica Sergio Rosa, gerente sênior de big data e inteligência geográfica da Oi. Segundo o executivo, a análise permite, ainda, o envio de mensagens personalizadas que vão ao encontro do interesse do usuário.
Ao utilizar uma rede de dados móveis ou um aplicativo que permita a captura de informações do GPS, o cidadão compartilha sua localização e recebe soluções personalizadas, gerando benefícios individuais e coletivos. Para as empresas, informações como essas possibilitam aumento na taxa de retorno do investimento em marketing.

Aliado nas cidades inteligentes

A tecnologia pode transformar grandes centros urbanos em cidades inteligentes. “Plataformas disponíveis no mercado possibilitam, atualmente, que secretarias de desenvolvimento urbano estabeleçam prioridades”, explica Rosa. Seguindo as premissas do big data – velocidade, volume, variedade, veracidade e valor -, soluções que melhoram o dia a dia dos cidadãos podem ser entregues a partir de perguntas como “Onde os grupos moram? Onde trabalham? Como se locomovem? Qual o hospital mais próximo? “Insights como a definição da construção de uma escola surgem de questões que (in)conscientemente todos ajudam a responder com um celular em mãos, trabalhando os dados de forma agrupada e respeitando a privacidade de cada um”.
É possível, ainda, instalar sensores nos postes de luz da cidade e nos estacionamentos, e câmeras de vídeos para monitoramento das ruas. Segundo Rosa, com o cruzamento das informações geradas em cada localidade pelos dispositivos e dos dados vindos dos smartphones fica mais fácil criar soluções que ajudem no dia a dia. “Com sensores pluviométricos, por exemplo, se desenvolve um plano de evacuação completo e confiável para a Defesa Civil e outros órgãos competentes trabalharem preventivamente em situações de sinistro causadas por temporais”.
No turismo, a análise de dados permite que secretarias estimem com mais precisão o número de visitantes na cidade, de onde são e em qual época do ano estão mais presentes. Considerando grandes eventos, como carnaval, shows e festas de fim de ano, as informações sobre hábitos coletivos armazenadas podem ser usadas na construção de estratégias de logística, segurança e ações de mídia para novos turistas. “O big data é uma ferramenta de transformação e o principal agente na era das cidades inteligentes, sendo um forte aliado para tomada de decisões”, conclui Rosa.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

O futuro acabou de passar

Houve um tempo em que predizer futuros era monopólio de especialistas da academia e de grandes corporações. Com as mídias sociais, a conversa é outra. Palpita quem quer e ouve quem tem juízo. De que futuro estamos falando? Daquele em que estão 70,5 milhões de brasileiros sem internet ou do que estima 236 milhões de celulares em uso no país até 2019?


Os últimos dez anos foram frenéticos. O digital disparou uma revolução atrás da outra, com perdas e ganhos ainda em andamento. A revista Newsweek, que louvou a revolução digital, colapsou. O Orkut — nascido meio bastardo nas linhas de produção do Google — bombou e sumiu. O mítico jornal The Washington Post foi comprado pelo comerciante Jeff Bezos. A Netflix apareceu e cresceu. E a economia do acesso e do compartilhamento se consolidou. Consumidores tornaram-se mais bem informados e ruidosos, empresas de tecnologia concentraram superpoderes e as marcas, bem, as marcas repensam o que fazer e dizer, já que a Ética passou a ser uma das dimensões do marketing.

O que vem agora? A próxima década é um enigma difícil de “quebrar” tanto quanto o digital. Nem a mais ampla e profunda análise do passado nos autoriza a decifrar o futuro. Caducou a ideia de um amanhã que resulta do que vivemos hoje e ontem. A velocidade e simultaneidade dos acontecimentos dão apenas uma garantia: de caos, complexidade e surpresa. O futuro não é mais sobre evitar riscos, mas mitigá-los. Embora a tecnologia nos seduza com mecanismos de controle — tudo pode ser editado, filtrado, medido e monitorado –, ela abriu as portas da incerteza e jogou a chave fora.

Para clarear o raciocínio: se a telenovela é filha da radionovela e neta do teatro, as narrativas da internet são crias de quem? Que gênero de discurso propiciam? Tais narrativas nascem, crescem e morrem em rede, no ritmo do “acaso” controlado pela repetição dos algoritmos. Fluem sem amarras de quem as produz e distribui. Inventam e reinventam fatos e formatos até onde a inovação e a imaginação permitirem.

É fato que a Inteligência Artificial voltou à cena, agora que as Realidades Aumentada, Virtual ou Misturada ganharão aplicações cotidianas, e que a relação entre máquinas e humanos atingirá níveis inimagináveis. Ainda assim, o progresso não será linear. Exemplos: o Airbnb está investindo na construção de um hotel físico na Flórida e a Uber, idolatrada até ontem, busca a reputação perdida em casos de abuso moral, sexual e econômico.

Houve um tempo em que predizer futuros era monopólio de especialistas da academia e de grandes corporações. Eles vaticinavam as tendências dos próximos anos nos poucos veículos de comunicação existentes. A audiência consumia a voz da sabedoria sobre o vir a ser. Não gostou? Discordou? Talvez sua opinião fosse publicada na seção de cartas dos leitores. Veio o digital e impossibilitou desenharmos (impunemente) cenários por um viés unilateral ou preconceituoso.

Com as mídias sociais, a conversa é outra. Palpita quem quer e ouve quem tem juízo. E não faltam perguntas: de que futuro estamos falando? Daquele em que estão 70,5 milhões de brasileiros sem internet ou do que estima 236 milhões de celulares em uso no país até 2019? De que lugar opinamos: do negro, periférico, feminista, trans, obeso, idoso, conservador…? E quem escutamos: somente nossa bolha concordante ou o Outro, esse incômodo dissonante?

Nosso campo de visão está minado. Polos e polêmicas do politicamente correto são atravessados por versões, pós-verdades e fake news. Marcas experientes ainda se queimam com campanhas consideradas racistas e sexistas. Num dia, celebridades se vestem de preto contra o assédio sexual. No outro, francesas se manifestam em defesa da paquera. Quem imaginaria esse desdobramento? Também não pressentimos a eleição de Trump, o Brexit e Bolsonaro. Estamos fracos de bola de cristal.

Hoje, o risco maior da futurologia não é acertar ou errar, mas inspirar memes mundialmente famosos. Tudo o que puder ser questionado, debatido e debochado, será. Antes de profetizar o que vem por aí, talvez seja hora de entender o que e quem está a um palmo do nosso nariz. Algo do presente nos escapa — e atrapalha a compreensão do mundo. Olhar empaticamente para o nosso entorno, aqui e agora, pode ser uma boa aposta.

Por Abel Reis, CEO da Dentsu Aegis Network Brasil e Isobar Latam para ProXXima

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

O que as palavras mais usadas no LinkedIn podem dizer sobre o mercado de trabalho?

Há mais de seis anos o LinkedIn realiza um levantamento global que mapeia as 10 palavras mais utilizadas por seus usuários. Uma nova lista acaba de sair e, em 2017, no ranking brasileiro, a palavra mais utilizada foi a mesma do ano anterior: especializado. Esse dado pode soar como coincidência para alguns, mas eu afirmo que a explicação é mais óbvia e reflete o cenário do mercado econômico e de trabalho que vivemos.
Convidada pelo LinkedIn, tive a oportunidade de fazer uma análise dos últimos cinco anos deste levantamento, no que envolve as palavras preferidas dos brasileiros. O primeiro ponto que me chamou a atenção foi o fato de que, entre 2013 e 2016, as palavras mais utilizadas possuíam características comportamentais ou de gestão: responsável, estratégico, criativo, eram as preferidas. No entanto, mesmo que em 2016 as palavras comportamentais ainda se destacassem, é possível ver um aumento e migração para aquelas que demonstram competências técnicas, que foram as vencedoras em 2017: especializado, com experiência, qualificado, entre outras, foram ganhando terreno. Tudo isso tem uma boa explicação.
Olhando para esses últimos anos, o que eu fui percebendo? Essa mudança de palavras está diretamente relacionada com a crise que enfrentamos. Afinal, quando falamos da crise, estamos nos referindo às empresas que foram enxugando seus quadros, de pessoas que estão em busca de emprego e de empresas que, agora enxutas, estão em busca de pessoas que saibam fazer. Elas não têm tempo para aquele profissional que precisa ser lapidado, não há tempo para investir no desenvolvimento, então, busca-se um colaborador mais especialista. Isso impacta diretamente naquele que está em busca de uma colocação e que já percebeu esse movimento do mercado de trabalho. O resultado? Os profissionais começam a construir seus currículos de forma a mostrar o que eles sabem, é um grito de: “eu sei fazer isso”, eu estou pronto”, “eu tenho experiência”, “eu tenho bagagem”.
Um ponto bacana a se saber é que, no passado (bem lá atrás), havia uma valorização muito grande do conhecimento técnico. Naquela época, o que valia era exatamente o quanto você sabia fazer, a faculdade que tinha cursado, a pós-graduação que havia concluído. Tudo isso tinha um peso muito grande para o desenvolvimento da carreira. De repente, passou-se a falar muito nas competências comportamentais que precisam ser desenvolvidas e exploradas. E assim também tivemos o tempo da supervalorização do coeficiente comportamental. Agora, percebo que entramos no momento do equilíbrio: as competências comportamentais são muito importantes, mas o técnico também.Inclusive, vale destacar que a questão técnica atual difere da do passado: hoje, é preciso que o especialista consiga ir além da sua área para aprender coisas que não fazia antes. Equilíbrio.
A crise fez com que as pessoas olhassem para o currículo delas e colocassem ali o que é mais importante para chamar a atenção das empresas, mas precisamos garantir que esses profissionais tenham as duas coisas. É muito bacana que as pessoas comecem a entender que a experiência tem o seu valor e ela agrega. As empresas buscam profissionais com experiência em determinados pontos. Porém, as competências comportamentais continuam sendo muito importantes porque essa experiência, esse conhecimento técnico, por si só, não dá conta do mundo. Por que ele não dá conta? Porque, o futuro do trabalho – que já estamos vivendo – exige conhecimentos que mudam o tempo inteiro, então, ser especializado, hoje, em algo, não significa que daqui há cinco anos esse algo fará sentido.
Por Sofia Esteves, Presidente do Conselho no Grupo Cia de Talentos.